Diferentemente de Esparta, em Atenas o comércio desenvolveu-se de forma a induzir os comerciantes a estabelecerem colônias comerciais e de povoamento em alguns pontos do Mediterrâneo. Tais comerciantes (DEMIURGOS) enriqueceram, ganharam poder econômico, sobrepondo o valor da riqueza ao valor da tradição (valorizados pelos eupátridas).
Ao adquirirem poder econômico, os comerciantes desejavam também obter poder político, porém, os eupátridas desejavam manter seus privilégios. Soma-se a isso os GEORGOIS E THETAS, também desejavam reformas sociais, a fim de melhorar suas próprias condições, pois estavam endividados e muitos se submetiam às ordens do eupátridas, que eram os seus credores. Veja o esquema abaixo:
EUPÁTRIDAS→ Oligárquicos→ Detentores do poder político e desejavam manutenção dos seus privilégios.
DEMIURGOS→ Comerciantes→ Detentores de riqueza e desejavam obter poderes políticos.
GEROGOIS E THETAS→ Endividados→ Desejavam reformas sociais amplas.
Diante desse quadro sociais, ocorreram diversas mudanças na condução política de Atenas. Surgiram alguns legisladores, como:
DRÁCON → 621 a.C→ Popularizou o código de leis que era apenas conhecido pelos eupátridas, mas manteve os privilégios sociais e políticos já existentes.
SÓLON→ 594 a.C→ Reformas mais aprofundadas→ Eliminou a hipoteca por dívidas, libertou os escravos feitos por ela (beneficiando georgóis e thetas) → Dividiu a sociedade censitariamente, onde o padrão de riqueza passou a determinar privilégios (beneficiando ricos demiurgos, que obtiveram ascensão política) → Reorganizou a política, criou a BULÉ (conselho dos quatrocentos), onde participavam elementos das quatro 4 tribos em que dividia-se a região; Criou a assembléia popular que aprovava as medidas da Bulé, chamada de ECLÉSIA; Além do tribunal de justiça aberto a todos os cidadãos HELIEU.
Por não agradar os aristocratas que perderam poder com as reformas e o povo que esperavam reformas ainda mais profundas, Sólon é derrubado e surgem os TIRANOS, que em menos de cinqüenta (50) anos também perdem o poder, justamente por não conseguirem apaziguar os ânimos da efervescente sociedade grega. Até que em 510 a.C, uma revolta liderada por CLÍSTENES inaugura a chamada democracia ateniense. Principais medidas:
→ Redivisão de Atenas em dez (10) tribos e não mais em quatro (4) → Eliminando a influência dos eupátridas;
→ A Bulé passou a contar com quinhentos (500) membro e não mais quatrocentos (400), cinqüenta (50) por tribo, os quais revezavam-se no poder;
→ A Eclésia teve seu poder aumentado → Contando com seis mil (6000) cidadãos pertencentes a todas as classes → Fiscalizando a atuação das demais instituições → Votava o ostracismo, que era o exílio por um período de dez (10) anos a quem coloca-se em risco a democracia ateniense.
O povo com essas reformas realmente participa dos rumos políticos de Atenas, porém, é de extrema importância que todos saibam, somente quem participava desse processo eram os cidadãos atenienses, adultos, filho de pai e mãe atenienses. Excluindo os estrangeiros (metecos), os escravos e as mulheres. Esses três últimos constituíam a maioria da população em Atenas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário