quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Antecedentes da crise republicana romana.

Na Roma dos últimos séculos antes do nascimento de Cristo, foi a república que dominou o cenário político. Substituindo a monarquia no ano de 509 a.C, quando uma conjuração patrícia (aristocrática) a derruba e sobrepõe o senado às outras instituições, transformando-o em órgão máximo. Apenas os patrícios poderiam fazer parte do senado, embora a grande maioria da população fosse de plebeus.
A plebe era tão inferior socialmente aos aristocratas, que em caso de não pagamento de dívidas, o devedor era submetido ao NEXUM, instituição que colocava o endividado subordinado ao credor até que o débito fosse sanado.
Essa marginalização da plebe conduziu Roma à uma série de lutas de classe, tornando o quadro insustentável até o ano de 494 a.C, quando os plebeus protestaram a fim de conseguir mais participação política. Como sua participação no exército e na economia era de extrema importância, os patrícios atenderam suas reivindicações. Cedendo-lhes do dois tribunos da plebe, órgão que a partir de 471 a.C passou também a ter o direito a veto sobre as decisões do senado além de conseguirem imunidades.
A partir deste período estudado foram aprovadas várias medidas que favoreceram aos plebeus, como: Participação dos plebeus sobre as terras conquistadas, um dos cônsules deveria ser plebeu (eram dois que presidiam o senado e as assembléias), permissão para o casamento entre plebeus e patrícios, fim das distinções sociais, restando as distinções econômicas e militares.
Os ânimos por um período se acalmaram, porém, um outro fator desencadeará um novo processo de insatisfação das camadas mais pobres em Roma: o escravismo. Com a expansão romana a escravidão passa a ser cada vez mais, indispensável a estrutura socioeconômica de Roma. O que provocou a ruína do pequeno lavrador, impossibilitando de competir com os latifundiários escravistas. Causando em primeiro impacto um êxodo rural e o consequente empobrecimento da plebe.

Diante desse quadro, destacaram-se dois tribunos da plebe, os irmãos Tibério e Caio Graco. O primeiro, quando eleito, em 133 a.C (período que Roma já dominava toda a península itálica), propôs uma reforma agrária que foi rejeitada pelo senado e numa tumultuada sessão, ele e mais centenas de seus seguidores foram assassinados. Já o segundo, eleito dez anos após a morte de seu irmão, conseguiu um pouco mais de abertura política, elaborando leis que visavam melhorar a vida da plebe, como a LEI FRUMENTÁRIA, que determinava a distribuição de trigo a baixo preço, além de ter insistido na questão da reforma agrária, o que gerou um grave e decisivo conflito entre as partes envolvidas nas reformas, o que ocasionou a morte de Caio.


Após esse período, houve uma polarização política seguida de uma radicalização, o que levou a república romana a uma grave crise. De um lado os aristocratas, defensores da ordem vigente, que em sua defesa destacou-se o general Silas, do outro, a plebe ansiosa por reformas, destacando por esse lado o general Mário. Essas lutas seguiram por vários anos e será tema de futuros textos em nosso blog.

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